
Na mitologia yoruba, orixás (yoruba Òrìsà; em espanhol Oricha; em inglês Orisha) são divindades ou semideuses criados pelo deussupremo Olorun. Os orixás são guardiões dos elementos da natureza e representam todos os seus domínios no aye (a realidade física em que os humanos estão inseridos segundo a tradição iorubá). Também existem orixás intermediários entre os homens e o panteão africano que não são considerados deuses, são considerados "ancestrais divinizados após à morte". Os orixás são cultuados no Brasil, Cuba, República Dominicana, Porto Rico, Jamaica, Guiana, Trinidad e Tobago, Estados Unidos, México, Venezuela e Portugal.
Na mitologia, há menção de 600 orixás primários, divididos em duas classes, os 400 dos Irun Imole e os 200 Igbá Imole, sendo os primeiros do Orun ("céu") e os segundos da Aiye ("Terra").
Estão divididos em orixás da classe dos Irun Imole, e dos Ebora da classe dos Igbá Imole, e destes surgem os orixás Funfun (brancos, que vestem branco, como Oxalá e Orunmilá), e os orixás Dudu (pretos, que vestem outras cores, como Obaluayê e Xangô).
- Exu, orixá guardião dos templos, encruzilhadas, passagens, casas, cidades e das pessoas, mensageiro divino dos oráculos.
- Ogum, orixá do ferro, guerra, fogo, e tecnologia, deus da sobrevivência.
- Oxóssi, orixá da caça e da fartura.
- Logunedé, orixá jovem da caça e da pesca.
- Xangô, orixá do fogo e trovão, protetor da justiça.
- Ayrà, usa branco, tem profundas ligações com Oxalá e com Xangô.
- Obaluaiyê, orixá das doenças epidérmicas e pragas, orixá da cura.
- Oxumaré, orixá da chuva e do arco-íris, o dono das Cobras e das transformações.
- Ossaim, orixá das Folhas sagradas, conhece o segredo de todas elas. Junto com Oxóssi, protege as matas e animais.
- Oyá ou Iansã, orixá feminino dos ventos, relâmpagos e tempestades. Também é a orixá das paixões.
- Oxum, orixá feminino dos rios, do ouro, deusa das riquizas materias e espirituiais, dona do amor e da beleza, protege bebês e recém-nascidos.
- Iemanjá, orixá feminino dos mares e limpeza, mãe de muitos orixás. Dona da fertilidade feminina e do psicológico dos seres humanos.
- Nanã, orixá feminino dos pântanos e da morte. Protege idosos e desabrigados. Também dona da chuva e da lama. É mãe de Obaluaiê e junto com ele, dona das doenças cancerígenas. Mais velha orixá do panteão africano.
- Yewá, orixá feminino do Rio Yewa. Protetora das moças virgens e dona da vidência.
- Obá, orixá feminino do Rio Oba. Dona da guerra e das águas.
- Axabó, orixá feminino e pouco conhecido, é da família de Xangô.
- Ibeji, orixás crianças, são gêmeos, e protegem as criancinhas.
- Irôco, orixá da árvore sagrada, (gameleira branca no Brasil).
- Egungun, Ancestral cultuado após a morte em Casas separadas dos Orixás.
- Iyami-Ajé, é a sacralização da figura materna, a grande mãe feiticeira.
- Omulu, Orixá da morte.
- Onilé, orixá do culto de Egungun.
- Onilê, orixá que carrega um saco nas costas e se apóia num cajado.
- Oxalá, orixá do Branco, da Paz, da Fé.
- OrixaNlá ou Obatalá, o mais respeitado, o pai de quase todos orixás, criador do mundo e dos corpos humanos.
- Ifá ou Orunmila-Ifa, Ifá é o porta-voz de Orunmila, orixá da adivinhação e do destino, ligado ao Merindilogun.
- Odudua, orixá também tido como criador do mundo, pai de Oranian e dos yoruba.
- Oranian, orixá filho mais novo de Odudua.
- Baiani, orixá também chamado Dadá Ajaká.
- Olokun, orixá divindade do mar.
- Olossá, orixá feminino dos lagos e lagoas.
- Oxalufan, qualidade de Oxalá velho e sábio.
- Oxaguian, qualidade de Oxalá jovem e guerreiro.
- Orixá Oko, orixá da agricultura.
África
Na África cada orixá estava ligado a uma cidade ou a uma nação inteira; tratava-se de uma série de cultos regionais ou nacionais.
Sàngó em Oyo, Yemoja na região de Egbá, Iyewa em Egbado, Ogún em Ekiti e Ondo, Òsun em Ilesa, Osogbo e Ijebu Ode, Erinlé em Ilobu, Lógunnède em Ilesa, Otin em Inisa, Osàálà-Obàtálá em Ifé, Osàlúfon em Ifon e Òságiyan em Ejigbo.
A realização das cerimônias de adoração ao Òrìsá é assegurada pelos sacerdotes designados para tal em sua tribo ou cidade.
Brasil
No Brasil, existe uma divisão nos cultos: Ifá, Egungun, Orixá, Vodun e Nkisi, são separados pelo tipo de iniciação sacerdotal.
- O culto de Ifá só inicia Babalawos, não entram em transe.
- O culto aos Egungun só inicia Babaojés, não entram em transe.
- O Candomblé Ketu inicia Iaôs, entram em transe com Orixá.
- O Candomblé Jeje inicia Vodunsis, entram em transe com Vodun.
- O Candomblé Bantu inicia Muzenzas, entram em transe com Nkisi.
Em cada templo religioso são cultuados todos os orixás, diferenciando que nas casas grandes tem um quarto separado para cada Orixá, nas casas menores são cultuados em um único (quarto de santo) termo usado para designar o quarto onde são cultuados os orixás.
Alguns orixás são só assentados no templo para serem cultuados pela comunidade, exemplo: Odudua, Oranian, Olokun, Olossa, Baiani, Iyami-Ajé que não são iniciados Iaôs para esses orixás.
A Iyalorixá ou o Babalorixá são responsáveis pela iniciação dos Iaôs e pelo culto de todo e qualquer orixá assentado no templo, auxiliada pelas pessoas designadas para cada função. Exemplo o Babaojé que cuida da parte dos Eguns e Babalosaim que é o encarregado das folhas.
Apesar de serem de origem daomeana, Nanã, Obaluaiyê, Iroko, Oxumarê e Yewá, são cultuados nas casas de nação Ketu, mas são muito raros os Iaôs que são iniciados, houve casos de passar vinte ou trinta anos sem se iniciar ninguém para esses orixás que são cultuados em locais separados dos outros.
Existem orixás que já viveram na terra, como Xangô, Oyá, Ogun, Oxossi, viveram e morreram, os que fizeram parte da criação do mundo esses só vieram para criar o mundo e retiraram-se para o Orun, o caso de Obatalá, e outros chamados Orixá funfun (branco).
Existem orixás que são cultuados pela comunidade em árvores como é o caso de Iroko, Apaoká, os orixás individuais de cada pessoa que é uma parte do orixá em si e são a ligação da pessoa, iniciada com o orixá divinizado; ou seja, uma pessoa que é de Xangô, seu orixá individual, é uma parte daquele Xangô divinizado, com todas as características, ou arquétipos.
Existe muita discussão sobre o assunto: uns dizem que o orixá pessoal é uma manifestação de dentro para fora, do Eu de cada um ligado ao orixá divinizado, outros dizem ser uma incorporação mas é rejeitada por muitos membros do candomblé, justificam que nem o culto aos Egungun é de incorporação e sim de materialização. Espíritos (Eguns) são despachados (afastados) antes de toda cerimônia ou iniciação do candomblé.
A concepção da origem dos orixás não é a mesma em todos os cultos de UMBANDA. Assim, por exemplo, para os Yorubás ou Nagôs, o culto dos orixás bacuros não é exatamente o das Forças da Natureza. Pensam eles que a maioria dos orixás era, em sua origem, Seres Humanos privilegiados que possuiam poderes sobre as forças da natureza e que ao invés de morrer, se transformaram em pedras, rios, árvores ou lagoas.
Daí a grande quantidade de lendas Nagôs sobre a vida humana dos orixás, à semelhança das figuras da mitologia grega e romana. Os orixás deixaram descendentes diretos, os quais, continuam o culto dos seus antepassados divinizados.
Nota-se, entretanto, que a tese Nagô de Seres Privilegiados, porém, Humanos, que controlavam as forças da natureza, concorda singularmente com a teoria filosófica da existência anterior de homens que dispunham de domínios sobre os elementos naturais. É a hipótese da descendência da humanidade atual, que sucedeu a outra incomparavelmente mais forte sob o ponto de vista espiritual.
Nós, todavia, acreditamos firmemente que os orixás são imateriais, são espíritos de Luz que nunca se encarnaram em seres humanos, que nunca tiveram existência terrena e que manifestam mediante "APARELHOS" de sua escolha, isto é "filhos de santo".
Tratado da Semana de Culto
Segunda-feira ..............................OMOLÚ
Terça-feira...................................NANÃ
Quarta-feira..................................IANSAN e XANGÔ
Quinta-feira..................................OXÓSSI E OGUN
Sexta-feira...................................OXALÁ
Sábado........................................YEMANJÁ e OXUN
Terça-feira...................................NANÃ
Quarta-feira..................................IANSAN e XANGÔ
Quinta-feira..................................OXÓSSI E OGUN
Sexta-feira...................................OXALÁ
Sábado........................................YEMANJÁ e OXUN
Há muitas lendas sobre os orixás, emprestando-lhes paixões humanas. Mas os orixás são espíritos angélicos, que nunca encarnaram.
OXALÁ - Oxalá é o OBATALÁ, da trindade primitiva. Chamam-no OLISSASSA, em GÊGE. OXALÁ é denominação nagô. Em alguns o invocam ora como ORIXA-BABÁ (Santo Pai), ora como BABÁ-ÓKÉ (Grande Pai). Em Angola: CASSUMBECÁ. Alguns dizem: CASSUTE (chefe, cabeça menor).
OLORÚN - O Senhor Supremo, DEUS, em nagô. Em Angola: ZÂMBI; em CONGO: ZÂMBI-AMPONGO.
BESSÉN - Denominação gêge de OXÚN-MARÊ.
OSSÃE - Divindade da folha. Corresponde ao caipora (Tupi) - que só tem uma perna. OSSÃE nunca se manifesta.
IRÔCO - Divindade da árvore. Diz-se que Irôco aparece à noite, num bambuzeiro, aumentando e diminuindo de tamanho. Dá consultas, prevê o futuro e diz o que deve ser feito. Faz-se cerimônia no pé de Loco, que é a gameleira branca.
XANGÔ - Quando o ORIXÁ baixa no terreiro todos os presentes se curvam, estendem as mãos para o chão e exclamam: "CAÔ, CABECILHE" cuja tradução é a seguinte: "Olhamos e curvamos a cabeça".
IFÁ - É da Trindade Divina de Umbanda. Corresponde ao Espírito Santo. É representado por dois vasos contendo cada um 16 frutos de DENDÊ que apresentem somente 4 olhos ou sinais dos orifícios.
O Babalaô sacode os frutos nas mãos, de um lado para outro. Os frutos vão caindo, um a um. À medida que caem, o Babalaô vai traduzindo o que significam e no fim, resume a profecia do IFÁ. As mulheres não podem trabalhar com os IFÁS, mas somente com o jogo de búzios.
O Babalaô sacode os frutos nas mãos, de um lado para outro. Os frutos vão caindo, um a um. À medida que caem, o Babalaô vai traduzindo o que significam e no fim, resume a profecia do IFÁ. As mulheres não podem trabalhar com os IFÁS, mas somente com o jogo de búzios.
EXU - Denominação nagô do agente mágico Universal. Chama-se ALUVAIÁ em Angola. Em Kêtu: EMBARABÔ. Em Congo: BAMBONJIRA. Em Gêge: LEGBÁ. O sincretismo Gêge-Angola deu os seguinte pontos de EXU
1
EXU BARABO
Embarabo ê môjubá
Embarabo e môjubá
Já mandei levar ebó
Embarabo e môjubá
Já mandei levar ebó
2
EXU TIRIRI
EXU TIRIRI
Inâ Inã Môjubá
Exu Môjubá
Exu Môjubá
IANSAN- Iansan é orixá de força espiritual para as tempestades e os caos sentimentais. É muito procurada. Uma pedra de IANSÃ que cura - a IAGONGO. Basta aplicá-la na região afetada do doente.
ORIXÁS DE NAGÔ, DO GÊGE E DO CONGO.
"Orixás": na concepção nagô: os Orixás são imateriais, são forças que só podem se manifestar e expressar através de certos seres de sua escolha, os IAÔS, os "Filhos de Santo".
"Orixás": na concepção nagô: os Orixás são imateriais, são forças que só podem se manifestar e expressar através de certos seres de sua escolha, os IAÔS, os "Filhos de Santo".
EXU
Chamado familiarmente "O Compadre". Mensageiro dos outros orixás, malévalo e fácilmente irritável. É simbolizado por um montículo de terra no qual estão fincados ferros, lanças e tridentes. Devido ao seu caráter e suas condições de mensageiro dos outros Orixás, para assegurar suas boas graças, recebe os sacrifícios antes que ninguém.
Chamado familiarmente "O Compadre". Mensageiro dos outros orixás, malévalo e fácilmente irritável. É simbolizado por um montículo de terra no qual estão fincados ferros, lanças e tridentes. Devido ao seu caráter e suas condições de mensageiro dos outros Orixás, para assegurar suas boas graças, recebe os sacrifícios antes que ninguém.
É erradamente sincretizado com o diabo, pois EXU, convenientemente tratado, trabalha para o bem. Suas contas são pretas e vermelhas. Seu dia, segunda-feira. Gosta de receber sacrifícios de bode e galos preferentemente pretos. Devido ao seu sincretismo com o diabo, raramente se manifesta abertamente numa filha de santo.
OGUN
Divindade de Ferro, dos ferreiros, dos guerreiros, dos agricultores e de todos os que trabalham ou utilizam o ferro. Manifesta-se geralmente como guerreiro. Simbolizado por ferramentas de 7, 14, 16 ou 21 peças. Sincretizado com Santo Antônio. Suas contas são azul-escuras. Seu dia é Terça-Feira. Gosta de Feijoada e Inhame assado com azeite. É irmão de EXU e OXOSSI. Dança com espada, fazendo mímicas guerreiras e de embate. Saúda-se gritando ogum-yê!
Divindade de Ferro, dos ferreiros, dos guerreiros, dos agricultores e de todos os que trabalham ou utilizam o ferro. Manifesta-se geralmente como guerreiro. Simbolizado por ferramentas de 7, 14, 16 ou 21 peças. Sincretizado com Santo Antônio. Suas contas são azul-escuras. Seu dia é Terça-Feira. Gosta de Feijoada e Inhame assado com azeite. É irmão de EXU e OXOSSI. Dança com espada, fazendo mímicas guerreiras e de embate. Saúda-se gritando ogum-yê!
OXÓSSI
Divindade dos caçadores . É simbolizado por arco e flexa. Sincretizado com São Jorge. Suas contas são verdes. Seu dia é quinta-feira. Gosta de axexê, milho cozido com fatia de côco. Dança com arco e flecha numa mão e na outra ERUKE (espécie de espanador feito de rabo de boi). Sua dança é a mímica de uma caçada. Saúda-se gritando: OKE!
Divindade dos caçadores . É simbolizado por arco e flexa. Sincretizado com São Jorge. Suas contas são verdes. Seu dia é quinta-feira. Gosta de axexê, milho cozido com fatia de côco. Dança com arco e flecha numa mão e na outra ERUKE (espécie de espanador feito de rabo de boi). Sua dança é a mímica de uma caçada. Saúda-se gritando: OKE!
INLÊ
Há outra espécie de Oxossi, chamado de IBUALAMA ou INLÊ, casado com Oxun. Dança com um amparo de três pernas em cada mão e com eles se castiga.
Há outra espécie de Oxossi, chamado de IBUALAMA ou INLÊ, casado com Oxun. Dança com um amparo de três pernas em cada mão e com eles se castiga.
LOGUNÊDÊ
Filho de INLÊ e de Oxun. Simbolizado por seixas do rio. Sincretizado com Santo Expedito. Suas contas são verde-amareladas, seu dia é quinta-feira.
Filho de INLÊ e de Oxun. Simbolizado por seixas do rio. Sincretizado com Santo Expedito. Suas contas são verde-amareladas, seu dia é quinta-feira.
Este orixá tem a particularidade de ser durante seis meses homem, comer cajue e ser caçador e, durante seis meses mulher, viver nas águas e comer peixe. Saúda-se gritando: LOGUN!
AGUÊ
Forma de Oxóssi de uma nação vizinha aos Nagôs e que se encontra nos candomblés Gêges. Este Oxóssi vive perpétuamente nas matas e por isso é o intermediário de OSSAIN, a divindade Nagô das folhas, que nunca se manifesta em iaôs. É filha de MANU e LISSA (OXALÁ).
Forma de Oxóssi de uma nação vizinha aos Nagôs e que se encontra nos candomblés Gêges. Este Oxóssi vive perpétuamente nas matas e por isso é o intermediário de OSSAIN, a divindade Nagô das folhas, que nunca se manifesta em iaôs. É filha de MANU e LISSA (OXALÁ).
OMOLU OU ABALUAIÊ
Divindade da bexiga e das doenças. Sincretizado com São Lázaro ou São Roque. Suas contas são vermelhas e pretas ou pretas e brancas. Seu dia é segunda-feira. Gosta de pipocas e de aberém, massa de milho branco assado em folhas de bananeiras. Dança no ritmo denominado OPONGÉ, o rosto e o corpo coberto de palhas e o XAXARA, lança e gancho na mão. Sua dança é a mímica dos sofrimentos, das doenças, convulsões, coceiras, tremores de febre e do andar de corcundas deformados. Saúda-se gritando: ATÔTÔ.
Divindade da bexiga e das doenças. Sincretizado com São Lázaro ou São Roque. Suas contas são vermelhas e pretas ou pretas e brancas. Seu dia é segunda-feira. Gosta de pipocas e de aberém, massa de milho branco assado em folhas de bananeiras. Dança no ritmo denominado OPONGÉ, o rosto e o corpo coberto de palhas e o XAXARA, lança e gancho na mão. Sua dança é a mímica dos sofrimentos, das doenças, convulsões, coceiras, tremores de febre e do andar de corcundas deformados. Saúda-se gritando: ATÔTÔ.
NÃNÃ
Mãe de Omolú. A mais velha das divindades das águas. Sincretizada Santa Ana. Suas contas são brancas, vermelhas e azuis. Seu dia, a terça-feira. Gosta de caruru sem azeite, porém bem temperado. Dança com dignidade, levando EBIRI na mão. Saúda-se gritando: SALUBA!
Mãe de Omolú. A mais velha das divindades das águas. Sincretizada Santa Ana. Suas contas são brancas, vermelhas e azuis. Seu dia, a terça-feira. Gosta de caruru sem azeite, porém bem temperado. Dança com dignidade, levando EBIRI na mão. Saúda-se gritando: SALUBA!
OXUMARÉ
É o arco íris. Simbolizado por cobras de ferro. Sincretizado com São Bartolomeu. Suas contas são verdes e amarelas. Seu dia, a terça-feira. Gosta de Suguru e de feijão com milho, cebola, azeite e camarão. Dança mostrando o céu e a terra, levando nas mãos as cobras de ferro. Saúda-se gritando: AO BOI-BOI!
É o arco íris. Simbolizado por cobras de ferro. Sincretizado com São Bartolomeu. Suas contas são verdes e amarelas. Seu dia, a terça-feira. Gosta de Suguru e de feijão com milho, cebola, azeite e camarão. Dança mostrando o céu e a terra, levando nas mãos as cobras de ferro. Saúda-se gritando: AO BOI-BOI!
XANGÔ
Divindade do trovão e do raio. Simbolizado pela "Pedra do Raio", machados de pedra e o OCHÊ (Machado duplo). Sincretizado com São Jerônimo. Suas contas são brancas e vermelhas. Seu dia, a quarta-feira. Gosta de analá (caruru). Sacrificam-se em sua homenagem carneiros, galos e gados. Dança com dignidade viril e guerreira, pois era Rei dos YORUBÁS. Saúda-se gritando KAVO KABIESILE.
Divindade do trovão e do raio. Simbolizado pela "Pedra do Raio", machados de pedra e o OCHÊ (Machado duplo). Sincretizado com São Jerônimo. Suas contas são brancas e vermelhas. Seu dia, a quarta-feira. Gosta de analá (caruru). Sacrificam-se em sua homenagem carneiros, galos e gados. Dança com dignidade viril e guerreira, pois era Rei dos YORUBÁS. Saúda-se gritando KAVO KABIESILE.
Há outras qualidades de Xangô: AIRA, que veste de branco e não come azeite, por ter um pacto com OXALÁ, e OGODÔ, que dança com um oche em cada mão.
DADÁ
Irmão mais velho de XangÔ. Cultua-se com o ADÉ DE BANHANI ou CORÃO DE DADÁ.
Irmão mais velho de XangÔ. Cultua-se com o ADÉ DE BANHANI ou CORÃO DE DADÁ.
YANSÃ OU OYÁ
Esposa de Xangô, divindade dos ventos, das tempestades e do rio NIGER. De temperamento forte, sensual e autoritário. É o único orixá capaz de enfrentar EGUNS ou espíritos de mortos. Sincretizada com Santa Bárbara. Suas contas são roxas. Seu dia, a quarta-feira. Gosta de acarajé e não suporta abóbora. Sacrificam-se, em sua homenagem, cobras. Dança agitando os braços como que enxotando almas com alfange e um ERUXIN de rabo de cavalo. Saúda-se gritando: EPA HEI!
Esposa de Xangô, divindade dos ventos, das tempestades e do rio NIGER. De temperamento forte, sensual e autoritário. É o único orixá capaz de enfrentar EGUNS ou espíritos de mortos. Sincretizada com Santa Bárbara. Suas contas são roxas. Seu dia, a quarta-feira. Gosta de acarajé e não suporta abóbora. Sacrificam-se, em sua homenagem, cobras. Dança agitando os braços como que enxotando almas com alfange e um ERUXIN de rabo de cavalo. Saúda-se gritando: EPA HEI!
OXUN
Segunda mulher de Xangô, Divindade do rio OXUN, faceira e vaidosa. Simbolizada por seixas do rio, pulseiras de metal e ABEBÉ. Sincretizada com Nossa Senhora das Candeias e Nossa Senhora Aparecida. Suas contas são amarelo ouro. Seu dia, o sábado. Gosta de mulucu, feito de cebola, feijão fradinho, sal e camarão e de adum, feito de fubá de milho com mel de abelhas e azeite de cheiro e peté, inhame com camarão e cebola. Dança com abebé na mão, fazendo mímicas de quem se banha no rio, penteia os cabelos, alisa as faces, põe colares e pulseiras, olha-se no espelho e sacode os braceletes que lhe enchem os braços. Saúda-se gritando: ORA YE YEÔ!
Segunda mulher de Xangô, Divindade do rio OXUN, faceira e vaidosa. Simbolizada por seixas do rio, pulseiras de metal e ABEBÉ. Sincretizada com Nossa Senhora das Candeias e Nossa Senhora Aparecida. Suas contas são amarelo ouro. Seu dia, o sábado. Gosta de mulucu, feito de cebola, feijão fradinho, sal e camarão e de adum, feito de fubá de milho com mel de abelhas e azeite de cheiro e peté, inhame com camarão e cebola. Dança com abebé na mão, fazendo mímicas de quem se banha no rio, penteia os cabelos, alisa as faces, põe colares e pulseiras, olha-se no espelho e sacode os braceletes que lhe enchem os braços. Saúda-se gritando: ORA YE YEÔ!
OBÁ
Terceira mulher de Xangô. Divindade do Rio OBÁ. Desce raramente e nesse caso briga com OXUN, porque, conforme a lenda, foi induzida malignamente por ela a cortar uma das suas próprias orelhas e a cozinhá-la com os alimentos de XANGÔ a fim de aumentar o seu amor, tendo, ao invés, grangeado o seu repúdio.
Terceira mulher de Xangô. Divindade do Rio OBÁ. Desce raramente e nesse caso briga com OXUN, porque, conforme a lenda, foi induzida malignamente por ela a cortar uma das suas próprias orelhas e a cozinhá-la com os alimentos de XANGÔ a fim de aumentar o seu amor, tendo, ao invés, grangeado o seu repúdio.
YEMANJÁ
Divindade do mar e da água doce. É mãe das outras orixás. Simbolizada por pedras marinhas e conchas. Sincretizada com Nossa Senhora da Conceição. Seu dia é o sábado. Suas contas são transparentes como o cristal. Gosta de ebó de milho branco com azeite, cebola e sal. Dança com abebé na mão com movimentos interpretativos das águas. Saúda-se gritando: ODOIÁ!
Divindade do mar e da água doce. É mãe das outras orixás. Simbolizada por pedras marinhas e conchas. Sincretizada com Nossa Senhora da Conceição. Seu dia é o sábado. Suas contas são transparentes como o cristal. Gosta de ebó de milho branco com azeite, cebola e sal. Dança com abebé na mão com movimentos interpretativos das águas. Saúda-se gritando: ODOIÁ!
OXALÁ
Divindade da procriação. O Grande Orixá é simbolizado por pedacinhos de marfim dentro de um anel de chumbo. Sincretizado com Nosso Senhor do Bonfim. Seu dia é sexta-feira. Suas contas são brancas. Gosta de comida branca, acossá, ebó de milho sem azeite nem sal, que lhe são proibidos, ori (limo da costa) com água. Sacrificam-se-lhe animais brancos, catassol e conquém.
Divindade da procriação. O Grande Orixá é simbolizado por pedacinhos de marfim dentro de um anel de chumbo. Sincretizado com Nosso Senhor do Bonfim. Seu dia é sexta-feira. Suas contas são brancas. Gosta de comida branca, acossá, ebó de milho sem azeite nem sal, que lhe são proibidos, ori (limo da costa) com água. Sacrificam-se-lhe animais brancos, catassol e conquém.
Em forma de OXALUFÁN dança curvado como um velho alquebrado, corcunda, apoiando-se num cajado de metal branco, cuja extremidade superior termina em forma de pássaro.
Em sua forma de OXAGUIAN é um guerreiro vestido de branco que leva espada e escudo e uma mão de pilão amarrada à cintura. Saúda-se gritando: EPA BABAEI! e EKÉ HÉ!
ENTIDADES AQUÁTICAS
Os espíritos elementais, que não são humanos nem da categoria dos orixás, ocupam o ar (SILFO), a água (NINFAS), o fogo (SALAMANDRAS) e a terra (GNOMOS).
No mundo inteiro, onde quer ssque encontre um rio, um lago, um trecho de mar, o povo julga ver ninfas, sereias ou nereidas. É uma crença universalmente espalhada.
A Umbanda possui também suas entidades aquáticas. Não são espíritos elementais, como os citados, mas verdadeiros ORIXÁS. Na mitologia Nagô, por exemplo, OBÁ é a divindade do rio OBÀ; NANÃ é a mais velha das mães d'água; YANSAN é o orixá do rio NÍGER; OXUN do rio OXÚN; finalmente YEMANJÁ, a poderosa YEMANJÁ é o orixá do mar e da água doce.
Em muitos pontos do Brasil, houve o cruzamento de indígenas com africanos, daí surgindo os CURIBOCAS. Essa mistura de raças deu como resultado um interessante sincretismo religioso, que se torna mais evidente na parte relativa às entidades aquáticas. A YARA, por exemplo, foi adotada pelos umbandistas, porque a sua função espiritual é semelhante à de YEMANJÁ.
No Maranhão, como em geral na região Amazônica, pratica-se a PAGELANÇA, sobrevivência ameríndia. É conveniente lembrar, a propósito, que os BABALAÔS tupis têm o nome de PAGÉS ou Piagas, FEITICEIROS E CURANDEIROS. Como nessa região há muita água, grandes rios e mares agitados, com praias extensas e várias tribos de índios, o espírito religioso adotou o reino encantado, isto é, dos habitantes sobrenaturais do fundo dos rios e do mar, com a YARA, o Rei ITACOLOMI - Rei do Fundo - e numerosas outras entidades aquáticas. Na extensa e alvíssima praia dos Lençóis, no litoral maranhense, aparecem, montadas em cavalos marinhos, numerosas entidades aquáticas.
Em Pernambuco, o culto dessas entidades de DONA JANAINA, Rainha do Mar, da falange de YEMANJÁ.
No Paraná e Santa Catarina, o culto de Umbanda é denominado São Gonçalo, o Santo do Caboclo Violeiro, de peneira e chapéu. São Gonçalo de Aruanda é uma mistura de Umbanda, culto ameríndio e práticas católicas. Por todo esse imenso Brasil, nota-se a influência da Umbanda nos curadores, rezadores, que conhecem os mistérios da natureza.
Fora do Brasil, em muitas tribos do Peru e do Equador, os pagés ingerem o cozimento do cipó CAÇADO, prodigiosa trepadeira que faz ver tudo o que a pessoa deseja. Aí, a flora medicinal é tão adiantada e eficiente que os leprosos se curam mastigando folhas de URUCU.
A LINHA DAS ALMAS
O chefe da Linha das Almas é Dom Miguel, que, no sincretismo católico-umbandista corresponde ao arcanjo São Miguel.
A Linha da Almas, da Umbanda, é uma legião de todos os espíritos dos cultos africanos. Possui grande força porque trabalha em todas as linhas. Os EGUNS e os CACARUCAIS constituem os elementos dessa linha.
Nessa linha, não se usa o jogo de búzios mas, o espelho psíquico e a raiz de ervas, como a GUINÉ, o MILHOMEM, ETC.
Na Linha das Almas, não baixam orixás, mas espíritos desencarnados e espíritos da natureza, que não são orixás. Os seus apetrechos são: tigela branca, rosário, crucifixo e cachimbo(CAXIMBI).
Quando arriado, o espírito da Natureza bate e geme no peito. Não fala. Dá fortes gritos. Esses espíritos são chamados para SAKAANGA, isto é, para desfazer o mal e destruir malefícios enterrados. Praticam também, operações invisíveis.
Nessa linha, faz-se defumador forte, de guiné, pau d'alho e outras ervas. Tratam seus parceiros de KAMBA(homem) e MUKAMBA (mulher). Esses protetores sempre trabalham com a vela acesa na frente pois, os seus "CAVALOS" às vezes abrem os olhos. Os elementais, ou espíritos da natureza, quando manifestados na Terra, perdem sua visão. Trabalham com vinho (sangue de Cristo) ou erva quinada, servindo esta também de garrafada de remédio. Os elementais sempre se acompanham de 3 ou 4 almas.
O ponto riscado contém vela e copo. O punhal denomina-se "Ponteiro".
Existem, hoje, vários terreiros de OMOLOCÔ cruzados com a Linha das Almas. Quando o iniciado vai fazer obrigação na linha das almas é coroado. Usa vestes brancas.
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