A HISTÓRIA DE IANÇÃ

 

O VENTO SOPRAVA FORTE,
 COMO UM CÃO RAIVOSO,
PERSSEGUIA AS NUVENS QUE SE AMONTOAVAM UMAS NAS OUTRAS, ASSUSTADAS.
O DIA ESCURECERA VESTIDO DE CINZA CHUMBO.
O QUE ESTAVA ACONTECENDO?
OH DEUS, SERIA O FIM DO MUNDO?
UM RAIO RISCOU O CÉU ENTRANDO TERRA ADENTRO,
RIBOMBOU O TROVÃO!
 E NO MEIO DA TEMPESTADE, ENTRE ROSAS E AMARELOS SURGIU YANÇÃ!!!!!.
BELA OYA AFASTANDO EGUNS, LIMPANDO MIASMAS,
E NO MEIO DO BARULHO DA CHUVA QUE CAIA, ECOOU SEU GRITO:
EPARREYYYYYY!!!!!!!!!!!! 


A HISTÓRIA DE IANÇÃ
POSTADO POR TOLANDENÃ OGUM
 IANSÃ
Deusa da espada de fogo, Dona das paixões, Iansã é a Rainha dos raios, dos ciclones, furacões, tufões, vendavais.
Orixá do fogo, guerreira e poderosa.
 Mãe dos eguns, guia dos espíritos desencarnados, Senhora dos cemitérios....
Não é muito difícil depararmo-nos com a força da Natureza denominada Iansã (ou Oyá).
Convivemos com ela, diariamente.
Iansã é o vento, a brisa que alivia o calor.
Iansã é também o calor, a quentura, o abafamento.
É o tremular dos panos, das árvores, dos cabelos.
É a lava vulcânica destruidora.
Ela é o fogo, o incêndio, a devastação pelas chamas.
Oyá é o raio, a beleza deste fenômeno natural. É o seu poder.
É a eletricidade. Iansã está presente no ato simples de acendermos uma lâmpada ou uma vela.
 Ela é o choque elétrico, a energia que gera o funcionamento de rádios, televisões, máquinas e outros aparelhos.
Iansã é a energia viva, pulsante, vibrante.
Sentimos Iansã nos ventos fortes, nos deslocamentos dos objetos sem vida.
     YANÇÃ É PAIXÃO
Orixá da provocação e do ciúme. Iansã também é a paixão. Paixão violenta, que corrói, que cria sentimentos de loucura, que cria desejo de possuir, o desejo sexual.
É a volúpia, o clímax, o orgasmo do homem e da mulher.
Ela é o desejo incontido, o sentimento mais forte que a razão.
A frase "estou apaixonado" tem a presença e a regência de Iansã, que é o Orixá que faz nossos corações baterem com mais força e cria em nossas mentes os sentimentos mais profundos, abusados, ousados e desesperados.
É o ciúmes doentio, a inveja suave, o fascínio enlouquecido.
É a paixão, propriamente dita. Iansã é a disputa pelo ser amado.
É a falta de medo das conseqüências de um ato impensado, no campo amoroso.
É até mesmo a vontade de trair, de amar livremente.
Iansã rege o amor forte, violento.
Oyá é também a senhora dos espíritos dos mortos, dos eguns, como se diz no Candomblé.
É ela que servirá de guia, ao lado de Obaluaê, para aquele espírito que se desprendeu do corpo.
É ela que indicará o caminho a ser percorrido por aquela alma.
Iansã é a deusa dos cemitérios. Ela é a regente, juntamente com Omulu (ou Obaluaê), dos Campos Santos, pois comanda a falange dos eguns.
Comanda também a falange dos Boiadeiros, encantados que são cultuados nas casas de Nação de Angola. Ela é sua rainha.
Como o deus dos mortos,
Iansã carrega consigo o eruxin, feito com rabo de cavalo, para impor respeito aos eguns, bem como a espada flamejante, que faz dela a guerreira do fogo.
É, sem dúvida, o Orixá mais popular e a mais querida no Candomblé.
MITOLOGIA
Embora tenha sido esposa de Xangô, Iansã percorreu vários reinos e conviveu com vários reis.
Foi paixão de Ogum, de Oxaguiam, de Exu,.
Conviveu e seduziu Oxossi, Logun-Edé e tentou, em vão, relacionar-se com Obaluaê.
Sobre este assunto, a história conta que Iansã percorreu vários reinos usando sua inteligência, astúcia e sedução para aprender de tudo e conhecer igualmente a tudo.
Em Ire, terra de Ogum, foi a grande paixão do guerreiro.
Aprendeu com ele o manuseio da espada e ganho deste o direito de usá-la.
No auge da paixão de Ogum , Iansã partiu, indo para Oxogbô, terra de Oxaguian.
Conviveu e aprendeu o uso do escudo para se proteger de ataques inimigos, recebendo de Oxaguian o direito de usá-lo.
Quando Oxaguian estava tomado pe paixão por Oyá, ela partiu.
Pelas estradas deparou-se com Exu. Com ele se relacionou e aprendeu os mistérios do fogo e da magia.
No reino de Oxossi, seduziu o deus da caça, mesmo com os avisos de sua mulher, Oxum, que avisara ao marido do perigo dos encantos de Iansã.
Todavia, com Oxossi, Oyá aprendeu a caçar, a tirar a pele do búfalo e se transformar naquele animal, com a ajuda da magia aprendida com Exu.
Seduziu o jovem Logun-edé , filho de Oxossi e Oxum e com ele aprendeu a pescar.
Iansã partiu, então, para o reino de Obaluaê, pois queria descobrir seus mistérios e até mesmo conhecer seu rosto (conhecido apenas por Nanã – sua mãe – e Iemanjá, mãe de criação).
Uma vez chegando ao reino de Obaluaê, Iansã tratou de insinuar-se: - Como vai o Senhor das Chagas?
No que Obaluaê respondeu: - O que Oyá quer em meu reino? - Ser sua amiga, conhecer e aprender, somente isso.
E para provar minha amizade, dançarei para você a dança dos ventos! (Dança que, por sinal, Iansã usou para seduzir reis como Oxossi, Oxaguian e Ogum).
Durante horas Iansã dançou, sem emocionar ou, sequer, atrair a atenção de Obaluaê.
Incapaz de seduzir Obaluaê, que jamais se relacionou com ninguém, Iansã então procurou apenas aprender, fosse o que fosse.
Assim, dirigiu-se ao homem da palha; - Obaluaê, com Ogum aprendi a usar a espada; com Oxaguian, o escudo; com Oxossi aprendi a caçar; com logun-edé a pescar; com Exu aprendi os mistérios do fogo.
Falta-me apenas aprender algo contigo. -
Você quer aprender mesmo, Oyá?
 Então, vou ensinar-lhe como tratar dos mortos!
De inicio Iansã relutou, mas seu desejo de aprender foi mais forte e, com Obaluaê, aprendeu a conviver com os eguns e controlá-los.
               
 XANGÔ E IANSÃ
Partiu, então Oyá, para o reino de Xangô.
Lá, acreditava, teria o mais vaidoso dos reis e aprenderia a viver ricamente.
Mas, ao chegar ao reino do deus do trovão, Iansã aprendeu muito mais que isso... aprendeu a amar verdadeiramente e com um paixão violenta, pois Xangô dividiu com ela os poderes do raio e deu a ela o seu coração.
O fogo é o elemento básico de Iansã. O fogo das paixões, o fogo a alegria, o fogo que queima.
Iansã é o Orixá do fogo...

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