Não coloque limites em seus sonhos. Coloque fé.


“Há algumas centenas, talvez milhares de anos, uma pequena aldeia na África, desfrutava de muita abundância: água, terra fecunda, agricultura farta e animais diversos na floresta local fazia aquele povoado próspero. Estavam  acostumados a terem tudo que precisavam.

Um dia as coisas começaram a mudar, parou de chover diariamente da maneira branda e constante que mantinha o rio cheio, começou uma estiagem, a terra foi ficando seca e passou a não ser mais fecunda, os bichos da floresta sumiram daquele local.

Já duravam 08 anos, todos em suas casas rezavam diaramente para os Orixás e faziam tudo o que podiam. Consultaram um Babalawô e o Babalawô sempre respondia a mesma coisa: “Uma árvore sozinha não faz uma floresta”. Os nativos não compreendiam, afinal muitos já haviam morrido, as mulheres não queriam mais engravidar, até que um dia o Babalawô cansado de não entenderem o recado de Orunmilá disse: Reúnam-se todos! Vocês devem ir até Okê e fazer o sacrifício indicado por Ifá,  quando o sol estiver em seu ponto mais alto no céu, no local mais alto da montanha e pedirem por chuva.

A orientação logo chegou à todos que resistiram aos 8 anos da estiagem e no dia seguinte, um menino de uns 14 anos acordou antes mesmo do sol e logo cedo começou a  trançar  com as folhas de uma palmeira um chapéu bem grande para se proteger da chuva que chegaria.

O Sol estava quase em seu cume, todos já estavam em Okê, menos o menino que estava terminando o chapéu, ele tinha certeza que todos os outros deviam ter acordado cedo e deviam estar fazendo o mesmo, ele saiu correndo de sua casa com medo do atraso, por onde corria a poeira levantava, mas quando ele chegou lá, ele percebeu que apenas ele usava algo para se proteger da chuva e estava preparado para a chuva anunciada por Orunmilá.”
  

Com o tempo e principalmente a idade a gente passa a acreditar que as piores coisas estão sempre mais acessíveis e chegam em nossa vida muito mais rapidamente. Afinal é muito mais fácil acreditar no pior. É difícil acreditar que a vida pode nos surpreender positivamente.

Não estou aqui falando novamente da força de trabalho, da coragem, atitude e dos atributos indispensáveis para se prosperar na vida, estou aqui para questionar se realmente acreditamos e temos fé em nossos Deuses. Até aonde vai a sua fé? Quantos de nós espera por ações sobrenaturais, ou ver ou ouvir algo, quantos de nós duvida da possessão do Orixá do irmão, quantos de nós chega num ritual de Ebó já vencidos? Quantos de nós conta a verdade sobre os sonhos que tivemos? Quantos de nós abandona a casa pelo conflito com um irmão(a) de santo? Quantos de nós iria até Okê com um chapéu feito de palha sobre a cabeça?

A Fé não acontece de fora para dentro, ela acontece de dentro para fora. Ela não precisa de provas, por isso muitas vezes, como diz uma irmã minha de Egbé Orun, Núbia, do Ifá Ajê aqui de Brasília também: “Casa de Orixá é casa de passagem” e eu completo, casa de Orixá é para quem abre mão da vaidade em nome da Fé em Orixá. Por isso idolatro  Orixá Olojó, ele tem essa capacidade de construir e de destruir tudo o que não tem uma base sólida ou o que foi construído sem alicerces reais, porque o tempo não conhece a mentira, mesmo que essa mentira seja silenciosa e nem mesmo nós consigamos enxergá-la.

Quem tem fé não anseia por poder, nem por cargo nenhum.  Quem tem fé tem o direito de procurar um lugar para chamar de seu, mas em nome da fé e da verdade, por nada mais.



Ọ̀nà’ re o - (Um bom caminho para você)

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