POR QUE OS ORIXÁS COBREM O ROSTO NO CANDOMBLÉ?

Foto de Oxum

Recebi esta pergunta de um internauta neste mês de ABRIL e embora o nosso blog seja voltado ao estudo da doutrina espírita, é sempre muito válido estudarmos as outras religiões espíritas. Conhecimento nunca é demais!

Para responder a esta pergunta vamos ter que recorrer a um pouco de "História". Há muito tempo atrás, em especial na África, os primeiros reis e rainhas eram tidos como sagrados, como se fossem seres escolhidos pelos deuses para reinar na terra e, portanto, muito elevados em relação ao seu clero, sua população, povo, etc. Elevados ao ponto destes não serem dignos de verem os seus rostos. 

Nas roupas de santo do Candomblé, muitas nações em cobrem os rostos dos filhos com Adês (Coroas) análogas a da realeza. Muitas delas acompanham uma espécie de cortinas em forma de franja de miçangas (Imbé), como respeito ao Orixá e de certa forma dizendo que não somos dignos de ver o seu rosto quando incorporado em terra. A derivação de outros materiais e da explicação deste fundamento pode e certamente irá variar de casa para casa, de nação para nação e em ambas as situações, acompanham a formação que o Babalorixá ou a Ialorixá (chefes do terreiro) receberam.

 Foto de Obaluaê

A explicação histórica de reis para explicar o uso dos Adês parece não fazer sentido quando se trata do Orixá Obaluaê. Diz a lenda que seu rosto é coberto em função de suas chagas. Outras lendas dizem que seu rosto era muito belo, de qualquer forma, a explicação para este fundamento está na maioria das vezes fundamentada em lendas, contos, etc. 

Tanto a Umbanda quanto o Candomblé ainda são carentes em termos de estudos teológicos. Muitas escolas, nações e vertentes teóricas abrangem o que podemos chamar de "religião espírita" no Brasil. O conhecimento ainda é passado em peso de pai de santo para filho de santo e nesta relação, fica a mercês de quanto se dedica quem ensina e quanto se dedica quem aprende.