Eguns dentro do Candomblé
O assunto Babá Egun está na moda.
Muitas casas de candomblé procuram informações sobre o assunto, e o interesse nesse tipo de fundamento é crescente.
Babá Egun nada mais é que a alma de um ancestral. Diferentemente dos caboclos, pretos velhos, mestres de jurema que baixam para cumprir sua missão, Egun não precisa ter uma missão previamente estabelecida para manifestar-se.
E, vale ressaltar, não têm nada em comum com os espíritos incorporados que dão consultas.
Egun recebe quase as mesmas homenagens que o Orixá, tendo, em algumas casas, sua festa. Essa festa jamais deve ser celebrada no mesmo local em que se festejam os orixás. Sua comemoração é ao ar livre ou em um local destinado exclusivamente a isso.
Sua festa inicia-se com o padê de Exu, cantam-se para todos os orixás e, em seguida dá-se a “aparição” dos eguns. Alguns, já completos seus sete anos de falecidos, ganham sua roupas e são os Babá Egun. Outros, com menos tempo de falecimento, não possuem forma definida: estes são os Aparakás.
Em qualquer ocasião, há sempre a presença de Ojés (sacerdotes do culto de Egun) que têm o poder de invocar, evocar e controlar os eguns. São conhecedores de seus segredos e mantêm egun sob controle através de seus ixã (varas de amoreira) para evitar que esses eguns tenham contato físico com as pessoas, causando algum tipo de mal.
São ofertados também presentes aos eguns que, algumas vezes, retribuem, chegando ao ponto até de materializar esses presentes.
Como já testemunhei, por baixo daquelas roupas e panos não existe nada — por incrível que pareça. Há apenas o vento de egun que ao ir embora deixam apenas as roupas ao chão, murchando feito bexigas. Esse tipo de manifestação não deve ocorrer na frente dos leigos, mas já ví isso acontecer algumas vezes.
É o encontro face a face com o sobrenatural.
As casas mais tradicionais possuem casas de egun, chamadas Ilê Ikú (Casa da Morte) onde se encontram os assentamentos de egun e onde eles recebem suas oferendas. Nessas casas é vedada a entrada de pessoas não iniciadas no culto e geralmente frequentadas apenas pelos ojés. Apenas estes, ou o Alapini têm acesso livremente.
Na casa de egun deve ter sempre uma Oyá e um Exú assentado que tenha enredo com egun.
Para ser iniciado nesse culto, é necessário ser chamado pelo Babá Egun da casa, que ordena sua iniciação e, muitas vezes, o coloca à prova. Tudo o que se passa dentro do Ilê Ikú é segredo, devendo ser respeitado com a própria honra.
Muitas casas de candomblé procuram informações sobre o assunto, e o interesse nesse tipo de fundamento é crescente.
Babá Egun nada mais é que a alma de um ancestral. Diferentemente dos caboclos, pretos velhos, mestres de jurema que baixam para cumprir sua missão, Egun não precisa ter uma missão previamente estabelecida para manifestar-se.
E, vale ressaltar, não têm nada em comum com os espíritos incorporados que dão consultas.
Egun recebe quase as mesmas homenagens que o Orixá, tendo, em algumas casas, sua festa. Essa festa jamais deve ser celebrada no mesmo local em que se festejam os orixás. Sua comemoração é ao ar livre ou em um local destinado exclusivamente a isso.
Sua festa inicia-se com o padê de Exu, cantam-se para todos os orixás e, em seguida dá-se a “aparição” dos eguns. Alguns, já completos seus sete anos de falecidos, ganham sua roupas e são os Babá Egun. Outros, com menos tempo de falecimento, não possuem forma definida: estes são os Aparakás.
Em qualquer ocasião, há sempre a presença de Ojés (sacerdotes do culto de Egun) que têm o poder de invocar, evocar e controlar os eguns. São conhecedores de seus segredos e mantêm egun sob controle através de seus ixã (varas de amoreira) para evitar que esses eguns tenham contato físico com as pessoas, causando algum tipo de mal.
São ofertados também presentes aos eguns que, algumas vezes, retribuem, chegando ao ponto até de materializar esses presentes.
Como já testemunhei, por baixo daquelas roupas e panos não existe nada — por incrível que pareça. Há apenas o vento de egun que ao ir embora deixam apenas as roupas ao chão, murchando feito bexigas. Esse tipo de manifestação não deve ocorrer na frente dos leigos, mas já ví isso acontecer algumas vezes.
É o encontro face a face com o sobrenatural.
As casas mais tradicionais possuem casas de egun, chamadas Ilê Ikú (Casa da Morte) onde se encontram os assentamentos de egun e onde eles recebem suas oferendas. Nessas casas é vedada a entrada de pessoas não iniciadas no culto e geralmente frequentadas apenas pelos ojés. Apenas estes, ou o Alapini têm acesso livremente.
Na casa de egun deve ter sempre uma Oyá e um Exú assentado que tenha enredo com egun.
Para ser iniciado nesse culto, é necessário ser chamado pelo Babá Egun da casa, que ordena sua iniciação e, muitas vezes, o coloca à prova. Tudo o que se passa dentro do Ilê Ikú é segredo, devendo ser respeitado com a própria honra.
Apenas
os ojés podem assentar egun numa casa. Os fundamentos são complexos, o
jogo de búzios é consultado várias vezes e através dele iremos saber
qual egun será assentado primeiro. Outros eguns poderão ser assentados
posteriormente, mas o primeiro será sempre o dono da casa.
Vejo, em muitos lugares, casas de eguns assentados por pessoas que não são iniciadas no culto, o que não aconselho pois, assim como os orixás, apenas quem está habilitado poderá fazê-lo. Caso contrário, você terá apenas um ponto de contato e, ao passar do tempo, egun poderá vir exigir algo a mais, e você não saberá como fazer. Mexer com egun pode trazer consequências desagradáveis caso não seja feito de forma correta e apenas os ojés têm o controle e os segredos necessários dessa força. Fora disso, tome cuidado.
Outro ponto importante é uma certa discriminação com os ojés. Pelo fato deles lidarem com eguns, alguns acreditam que sua mão não é boa para orixá, o que é um equívoco. Os ojés encerram em si uma grande sabedoria. Mesmo porquê, para lidar com egun, é necessário um grande conhecimento sobre orixá. O ojé, em especial, saberá lidar com os orixás e poderá ir além, quando apresentar para alguém os odús ligados a egun. Portanto, um ojé pode sim ser um bom zelador (meu falecido zelador que o diga rs).
Enfim, lidar com egun é brincar com fogo ao lado de um barril de pólvora. Seus segredos e seu axé não estão disponíveis para curiosos.
Outro ponto importante é uma certa discriminação com os ojés. Pelo fato deles lidarem com eguns, alguns acreditam que sua mão não é boa para orixá, o que é um equívoco. Os ojés encerram em si uma grande sabedoria. Mesmo porquê, para lidar com egun, é necessário um grande conhecimento sobre orixá. O ojé, em especial, saberá lidar com os orixás e poderá ir além, quando apresentar para alguém os odús ligados a egun. Portanto, um ojé pode sim ser um bom zelador (meu falecido zelador que o diga rs).
Enfim, lidar com egun é brincar com fogo ao lado de um barril de pólvora. Seus segredos e seu axé não estão disponíveis para curiosos.
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